Através da Palavra do Eterno, o justo desenvolve a sua experiência e torna-se hábil e sábio, agora, se ele não tem a Lei como o seu fundamento, toda a sua experiência é vazia, vã e sem forma, tal como o caos que precede a Criação, como está escrito: “a terra era Caos (Tohu) e Desolação (Bohu)” (Bereshit 1:2). Rabi Berachiá explica: “O que é Caos (Tohu)? Algo que confunde (taha) as pessoas. O que é Desolação (Bohu)? É algo que tem substância. Por isso é chamada Bohu, isto é, Bo Hu - ‘está nisso’” (Bahir, cap. 2). A Torá é a substância que preenche o coração do justo, assim está escrito: "O Eterno enviará bênçãos aos seus celeiros e a tudo o que as suas mãos fizerem" (Devarim 28:8), no sentido que a alegria do justo é a Torá e seu prazer está no desvelar dos seus segredos. A Torá secreta é como a esposa na lua de mel que deseja ser despida. A ingenuidade, ou seja, ignorância ou pouco saber é uma tendência para a corrupção da alma, enquanto que sobre a sabedoria, assim nos ensina Rei Salomão: "A sabedoria é algo tão bom quanto uma valiosa herança, e é uma bênção para todos quantos vivem debaixo do sol." (Kohelet 7:11). Adam e Chavah foram espiritualmente induzidos ao sono da ilusão da matéria, e o seu objetivo é reagrupar todas as centelhas que se individualizaram ao fragmentar-se de dentro do código ADaM, para a exaltação do Eterno, bendito seja. E definitivamente, começa assim a derradeira missão do povo escolhido para anular-se diante do Eterno no retorno para Sua unicidade, para estabelecer nos reinos inferiores, morada da Sua infinita providência.
