B’ezrat Hashem que possamos entender e praticar o que foi estudado.
A Torá nos conta: “E o homem conheceu a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim [Cáin] e disse: Adquiri um homem com (auxílio do) Eterno. E tornou a dar à luz a seu irmão, a Abel [Hebél] e foi Abel pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E foi no fim de dias e trouxe Caim, do fruto da terra, uma oferta ao Eterno. E Abel trouxe, também ele, dos primogênitos das suas ovelhas e das gorduras destas. E voltou-se o Eterno para Abel e para sua oferta. E para Caim e para oferta, não se voltou. E irou-se Caim, muito, e descaiu-lhe o semblante.” - Bereshit 4:1-5
E por que o Eterno, bendito seja Ele, não aceitou a oferta de Caim?
Percebamos que no fim de dias Caim trouxe o fruto da terra. Ora qual diferença teria da porção que Caim retirava da terra para si, e para Hashem? Esta oferta não lhe inspirou em nada, era como se-lhe desse uma parte do que já tinha na terra, quem sabe como ele recolheu? Já Abel, ofereceu de suas ovelhas primogênitas, e da gordura delas. O texto deixa claro que o que Hashem olhou foi o coração, a Cavaná (Intenção), a sinceridade dos sentimentos.
O Eterno, bendito seja Ele, não precisa de nossos sacrifícios como vemos em Tehilim 50:9-10 – “Da tua casa não tirarei bezerro, nem bode dos seus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado aos milhares nas colinas” e continua no mesmo Tehilim versículo 14: “Ofereça a Deus em sacrifício a sua gratidão, cumpra os seus votos para com o Altíssimo”.
A intenção de Abel era das melhores, deu para o Altíssimo o melhor da sua criação, por isso agradou ao Eterno, que assim, achou apropriado e aceitou a oferta. O primogênito também é uma alusão ao pensamento, a intenção vem ao pensar no ato, e então foi que ocorreu a oferta do primogênito em primeira instância. Já Caim, em seu coração corrompido fazia a oferta ao Altíssimo, pois assim já era o costume, a presença de Hashem era menos oculta naqueles dias. Ele ofertou sem amor, o ato era mecânico. Em Tehilim 50:16-17 trata disto: “Mas ao ímpio Deus diz: “Que direito você tem de recitar Minhas Leis ou de ficar repetindo Minha Aliança? Pois você odeia minha disciplina e dá as costas às minhas palavras!”. Neste Tehilim deixa claro, que para servi-lo é melhor servir com amor e vontade no coração, testemunha e mudança de vida. Ele não é como os outros falsos deuses (Chas’ve Shalom) que precisam de sacrifícios de sangue para se manterem, tudo é d’Ele e para Ele.
O que faltou em Caim, era um coração bom, temente a Hashem, percebemos isso claramente, que mais adiante na história, Hashem na sua infinita misericórdia, estava disposto a perdoar e alertou Caim sobre o Yetser Hará (Mau impulso) que havia dentro dele. “E disse o Eterno a Caim: “Por que te iraste e por que descaiu o teu semblante? Porventura se podes bem suportar, (ser-te-á perdoado,) e se não, na porta jaz o pecado; e a ti (fazer-te pecar), é o seu desejo (do mau impulso), mas tu podes dominá-lo.” Bereshit 4:6-7, Hashem fala explicitamente que o indivíduo pode corrigir o seu caminho, afastar o pecado (através da Teshuvá), e sempre estará pronto para perdoa-lo. O coração de Caim era mau, e no versículo 8 desde mesmo capítulo, Caim mata Abel.
Levando para os dias de hoje, iremos considerar alegoricamente que Caim e Abel está dentro de nós, o bom instinto e o mau instinto. O bom instinto quer amar a Hashem, e o mau instinto quer cultivar a carne, se afastar das palavras do Eterno. Precisamos reconhecer, quando nosso mau instinto está agindo em nossas vidas, para que retornemos e sacrifiquemos o melhor do nosso trabalho a Hashem.
Quantas das vezes agimos como Caim? Qual a diferença da porção que você dá para o Eterno, e para Cesar? Precisamos colocar nossa Alma Divina, o bom instinto a todo momento em força total, servir com pensamento (dedicar o primogênito), fala (testemunho) e ação (o trabalho na terra). Tudo deve ser voltado ao Eterno, não podemos atear fogo no altar, vestir uma roupa de sacerdote e oferecer a Hashem, incensos, nossos 10 porcento de esforços em trabalho, se nosso coração não aspira a ter similaridade de forma com o Eterno. Sejamos vigilantes quanto a nossa natureza má (Alma Animal), e tenha certeza que o Eterno, está paciente esperando pelo seu retorno e pelo seu sacrifício.
Que possamos entender o que foi dito em Tehilim 50:16-17: “Mas ao ímpio Deus diz: “Que direito você tem de recitar Minhas Leis ou de ficar repetindo Minha Aliança? Pois você odeia minha disciplina e dá as costas às minhas palavras!”. Que possamos agir com as virtudes do Eterno, que certamente viveremos o que está no fim deste mesmo Tehilim versículo 23: “Quem me oferece sua gratidão como sacrifício, honra-me, e eu mostrarei a salvação de Deus ao que anda nos meus caminhos.”.
Toda Glória seja dada a Hashem.
por Yossef Akiva (Brian Ferreira)

Texto bastante refletivo !! Abel deu o melhor a HaShem, enquanto que Caim ofertou das sobras !
Vinde e veja:
Observe que o Eterno, bendito seja, não rejeitou Cáin como filho, mas apenas sua oferta. Não é dito que o Eterno rejeita Cáin e o culpa pela Sua oferta, mas, voltando os olhos para a oferta de Abel, o Senhor ensina para Cáin como deveria ser feito, dando-lhe a oportunidade de fazê-Lo novamente, pois seu coração estava corrompido com vaidade e sua oferta foi fruto de sua força e não de sua fé. Deste modo, HaShem estimula que Cáin use sua razão e aja de forma coerente, como está escrito (Bereshit 4:6-7): “E disse o Eterno a Caim: 'Por que te iraste e por que descaiu o teu semblante? Porventura se podes bem suportar, (ser-te-á perdoado), e se não, na porta jaz o pecado; e a ti (fazer-te pecar), é o seu desejo (do mau impulso), mas tu podes dominá-lo.'” - O Eterno apresenta uma visão panorâmica da situação da qual Cáin se encontrava, para que este pudesse optar pelo caminho sensato da misericórdia, mesmo que emergisse de suas entranhas o desejo do mau impulso, que precede o seu pecado, o Eterno dotou-lhe de força e intelecto para domina-lo e assim, vencer o amargo teste que lhe fora colocado. Ou seja, se Cáin realmente é dono da força da terra e do intelecto, que prove agora de sua própria força e que seja capaz de dominar o mau instinto. Como bem foi explicado, o "fruto da terra" como sacrifício de Cáin é o fruto da força e do intelecto, como a força de Esáv. Ele bem podia suportar a dor e o sentimento de vingança que emergia do mau instinto e assim, provar sua fé e confiança na unicidade do Eterno, que o perdoaria e certamente o concederia a oportunidade de ofertar com o coração e não com [exclusiva] força das mãos. Contudo, Cáin não soube utilizar de seu verdadeiro potencial, a força e o intelecto, demonstrando uma verdadeira fraqueza espiritual, enquanto que Hébel, apesar de humilde pastor de ovelhas, o seu esplendor estava na sua sabedoria, um pequeno homem de gigante espírito, enquanto Cáin se mostrava ser um grande homem mas pequeno em espírito, menor que um verme. Nós podemos encontrar contos semelhantes dos tempos do povo semita no antigo Oriente Médio e na África. Como por exemplo no Egito, onde Osíris é assassinado pelo seu irmão, Set. Este foi um dos casos de fratricídio entre os deuses dos panteões politeístas daquele tempo. Podemos encontrar um mito semelhante na tábua suméria denominada como “Inanna prefere o pastor”, onde a deusa da fertilidade Inanna (Istar) é disputada por dois irmãos, Dumuzi era o deus-pastor, um deus de bondade e amor, enquanto que o deus Enkidu era agricultor, guerreiro e agressivo.
Esse texto nos faz refletir que temos o Caim e o Abel dentro de cada um de nós , o mal instinto , inveja, raiva , ciúmes etc.. e as boas inclinações, Serviço Sacerdotal , techuva , tzedaka, isso a curto e a longo prazo domestica a alma animal e nos da nova alma , matamos o Caim dentro de nós , há um sepultamento dessa natureza que quer nos roubar a santidade a pureza .